quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Muse Low-Fi

Vi o link pra esse vídeo no Blog Tenho mais discos que amigos e resolvi compartilhá-lo por aqui.

O Muse abriu os 3 shows que o U2 fez em São Paulo em abril deste ano. Através da edição de 488 vídeos feitos com câmeras de celulares e outras câmeras pequenas, por 139 colaboradores, essa dedicada equipe de fãs obteve o resultado final que você pode acompanhar abaixo e neste site.



Vale lembrar que eles tocaram oito faixas apenas em cada dia, variando-as num total de 13 músicas. É óbvio que a qualidade não é das melhores. Mas o resultado final ficou muito bom, levando-se em consideração a forma como as imagens foram capturadas.

O Muse é um trio britânico, com influências de Rock alternativo, música clássica e música eletrônica. Formado em Teignmouth, Devon, na Inglaterra, em 1994, tem cinco álbuns de estúdio, um disco e DVD ao vivo, diversos prêmios MTV, Grammy, NME, Brit Awards e vários outros em seu currículo.

A banda planeja lançar um disco novo em outubro de 2012.

Se quiserem conhecer um pouco mais do som deles eu recomendo os discos Absolution de 2003 e Black Holes and Revelations de 2005, além do DVD H.A.A.R.P., de 2008.

A banda:
Matthew Bellamy - vocal e guitarra
Christopher Wolstenholme - baixo
Dominic Howard - bateria

site oficial: http://muse.mu/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Foo Fighters, sem desperdícios





Já que eu falei sobre um dos maiores candidatos a disco do ano (Noel Gallagher´s High flying Birds),  e aproveitando o anúncio oficial da vinda do Foo Fighters ao Brasil, vou falar um pouco sobre o álbum que briga de igual pra igual com o do Noel. Wasting Light, lançado em abril deste ano.

Depois de dar um tempo com o Foo Fighters e lançar um projeto completamente diferente, Them Crooked Vultures (com Josh Holme e John Paul Jones), Dave Grohl reuniu seus comparsas, incorporou Pat Smear de volta ao posto de guitarrista que ele nunca devia ter largado, e resolveu gravar um disco de forma totalmente analógica, em fita. Ou seja, sem a utilização de computadores que facilitariam bastante o serviço.
Eles tiveram que se superar nessa tarefa, e o resultado pode ser ouvido aqui.


A primeira faixa do álbum, Bridge Burning, abre com um riff dissonante, as três guitarras surgem uma de cada vez, e já em seguida disparam uma porrada na orelha. Depois vem o primeiro single, Rope, com um intrigante trabalho de guitarras na introdução. Um videoclipe bem clean e sem o tradicional humor escrachado para essa música, ficou até um pouco estranho.
Dear Rosemary, uma canção sobre final de relacionamento, tem a participação de Bob Mould, líder da banda punk-hardcore-alternativa Hüsker Dü, nos vocais e guitarras. Dias atrás Dave participou de uma homenagem a Bob Mould, tocando junto com este algumas músicas do Hüsker Dü. 


Bob Mould e Dave Grohl

Na sequência, talvez a música mais Trash que o foo Fighters já gravou. White Limo foi o primeiro vídeo lançado, antes ainda do lançamento do álbum. É um vídeo com qualidade propositalmente amadora. Um festival de interpretações canastronas e uma linha de história que flerta com o absurdo. Já seria perfeito se fosse só por isso. A cereja do bolo é a participação especialíssima de ninguém menos que Lemy Kilmister como motorista da limusine branca do título. Repare que a cena final é exatamente a mesma do clip de Long Road To Ruin, do álbum anterior.  Sensacional.

Motorista da limusine
O clip mais recente é o de Arlandria, gravado ao vivo no i-tunes Festival, em julho, na Inglaterra. Aquele mesmo em que Dave Grohl parou o show para expulsar um baderneiro. Arlandria é o nome de uma localidade nos Estados Unidos, situada na cidade de Alexandria, estado da Virginia, na divisa com o condado de Arlington. Dave Grohl é nascido em Alexandria.


One Of These Days começa como uma balada tranquila, falando sobre o tempo e a finitude da vida. De repente Dave grita “EASY FOR YOU TO SAY / Your heart has never been broken / Your pride has never been stolen / Not yet.. not yet...”(Fácil pra você dizer / seu coração nunca foi quebrado / Seu orgulho nunca foi roubado / Ainda não... ainda não), e imprime o punch característico da banda.


Back And Forth serviu para batizar o documentário que mostra a banda desde o seu início em 1995. A Matter Of Time tem uma batida acelerada contagiante e um refrãozinho com os backing vocals bem grudento. Você escuta a música uma vez e já fica cantando “Before, before”.

 
Miss The Misery começa com microfonias hendrixianas e não perde o ritmo imposto pelas faixas anteriores. É de um de seus versos que foi extraído o título do álbum. I Should Have Known tem arranjos mais elaborados, com cordas e acordeão. Este último, assim como o baixo, tocado por Krist Novoselic, antigo parceiro de Grohl e Smear no Nirvana.
Michael Douglas em "Um dia de fúria"



Walk figurou na trilha sonora do filme Thor. Ela aparece como música de fundo numa cena dentro de um bar e nos créditos finais. Dave teve a idéia original quando ajudava sua filha mais velha a aprender a andar. No contexto em que ele canta, a canção é sobre recomeçar, se reerguer depois de uma queda.
Quando foi lançada em single, veio acompanhada de um clipe genial. Dave encarna o personagem de Michael Douglas no filme Um Dia De Fúria e vive situações muito parecidas com as do filme, exceto pelo fato de que ao contrário da tensão e dramaticidade da película original, esse vídeo é recheado de humor, escracho e atuações divertidíssimas. O clip ganhou o prêmio de melhor vídeo de rock do MTV Video Music Awards 2011, e o single alcançou o primeiro lugar nas paradas americana e britânica.


O álbum Wasting Light, quando visto como um conjunto fala sobre segundas chances. A inclusão de Walk no final rendeu um clima positivo que revela o otimismo dos Foos. A banda alcançou seu primeiro lugar em vendagens de álbuns pela primeira vez com Wasting Light. E isso já na primeira semana de vendas.

Vale a pena assistir ao vídeo Wasting Light Live from 606, no qual a banda toca o disco inteiro.

O Foo Fighters toca no Brasil na primeira edição do festival Lollapalooza em terras tupiniquins, que acontece em 7 e 8 de abril, no Jockey Club, em São Paulo.


Foo Fighters:
Dave Grohl - guitarra e vocais
Nate Mendel - baixo
Taylor Hawkins - bateria
Chris Shiflett - guitarra
Pat Smear - guitarra

domingo, 20 de novembro de 2011

Trilha sonora do próximo filme do James Bond

My name is Gallagher, Noel Gallagher...


Noel Gallagher voando alto



Finalmente o irmão Gallagher mais talentoso decidiu dar as caras. Após dois anos da separação do Oasis, Noel Gallagher lança um álbum digno dos melhores momentos de sua antiga banda. Noel Gallagher´s High Flying Birds teve seu lançamento cercado de muita expectativa e não decepcionou.
Noel abandonou neste disco o rock de arena que o consagrou, para dar lugar a uma música mais intimista e acústica, mas ainda assim poderosa.

Algumas faixas tem uma certa reminiscência de Oasis. Umas mais, outras menos. Mas não poderia ser diferente. Afinal, Noel era a mente criativa por trás da banda. Seu irmão caçula, na maioria das vezes, apenas emprestava a voz para materializar as idéias do guitarrista.
O primeiro single, The Death Of You And Me, tem uma certa veia irônica que traz a mente The Importance Of Being Idle, do disco Don't Believe the Truth de 2005. Já AKA What a life lembra Falling Down do último álbum, Dig Out Your Soul, de 2008.
Apesar dessas semelhanças, não dá pra dizer que ele está fazendo uma cópia do que já fez. ao contrário de outros grandes artistas que, com o tempo, tornaram-se meros covers de si mesmos, Noel Gallagher está indo em frente.

A capa do álbum, segundo Noel remete a um Concorde. É como se ele estivesse debaixo de um. De certa forma, é um pássaro que voa alto.



Peter green´s Fleetwood Mac
A origem do nome da banda e disco tem duas fontes. Noel não queria se lançar como Noel Gallagher simplesmente. Achava isso muito limitado(?). Um dia estava na cozinha de sua casa e ouviu Peter Green´s Fleetwood Mac. Associou ao nome de uma música do Jefferson Airplane, High Flying Bird e estava feito. "Fucking genious", palavras do próprio.

Jefferson Airplane














O disco abre com Everybody´s On The Run, que com sua orquestração impactante quase contradiz o que afirmei ali em cima sobre o rock de arena e a música intimista. Quase. Dream On fala sobre sair por cima de uma relação e If I Had A Gun, música e video, são de uma beleza extraordinária, falando sobre levar o amor as ultimas consequências, as loucuras que fazemos por amor. "Se eu tivesse uma arma, abriria um buraco no sol".  A música mais bonita do álbum, na minha opinião. Não faz feio diante de Wonderwall ou Don´t Look Back In Anger. Dia 11 de novembro, Noel e banda se apresentaram no programa do David Letterman, e tocaram esta canção. Você pode conferir aqui.



E aí o circo chega à cidade. O gostoso vaudevile tocado pela fanfarra de Noel em The Death Of You And Me, proclama que os caminhos não vão ser fáceis e que talvez passemos a vida inteira fugindo daqueles que só desejam o nosso mal. O single chegou acompanhado de um videoclip com uma bela fotografia e imagens estabelecendo metáforas para o significado da letra.
O início de (I Wanna Live In A Dream)With My record Machine, com seus sons de crianças brincando nos chama para uma manhã de domingo.

O videoclip de AKA...What A Life, com seus mais de oito minutos e participação do ator inglês Russel Brand, forma junto com os clips de If I Had A Gun e The Death Of You And Me, nesta ordem, uma pequena história. Praticamente um curta metragem. O contexto geral é sobre seguir os sonhos, ir em frente apesar de tudo.
Soldier Boys and Jesus Freaks é mais crítica que as demais. Aqui Noel se preocupa com o fanatismo, religioso ou militar. Broken Arrow é a música que menos se parece com Oasis de todo o disco. Tem um clima meio dançante que não encaixa muito com a imagem de eterno mal humorado do Noel (do Liam também). (Stranded On) The Wrong Beach tem aquele velho tema de estar perdido, procurando um caminho melhor do que aquele que nos faz encalhar na praia errada. Meio batido. Mas nem por isso deixa de ser familiar.
A última música do disco é a famosa Stop The Clocks. Era pra ela ter entrado em uma coletânea(que foi batizada com o seu nome), e em um álbum do Oasis. Diz a lenda que Liam teria abandonado as gravações que ocorriam em Los Angeles para se casar em Londres. Isso sem avisar ninguém da banda. Valeu a pena esperar tanto tempo para que a canção viesse a luz em uma gravação digna. A constatação da própria mortalidade e a vontade de viver intensamente encerram esse brilhante trabalho de (re)estréia de um dos músicos mais importantes dos anos 90.


Sem dúvida é um dos discos mais aguardados e um dos melhores do primeiro ano dos anos 10. Noel Gallagher´s High Flying Birds vendeu 120 mil cópias na primeira semana, entrando direto em primeiro lugar na parada britânica. O lançamento no Brasil aconteceu em 08 de novembro. Agora só precisamos esperar ele resolver desembarcar aqui para alguns shows.

site oficial do Noel Gallagher

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pearl Jam "Uma noite incrível..Nós vamos cuidar bem de vocês"



 Dia 09 de novembro de 2011 foi um belo dia aqui em Curitiba. Quente, ensolarado, sem as habituais nuvens cinzentas. A noite tivemos uma magnífica lua cheia. E tivemos Pearl Jam. E tivemos X.


E tivemos torre de copos

Com a luz do sol terminando de desaparecer, o palco montado no gramado do Estádio Durival de Brito foi invadido pelo primeiro clássico da noite. A banda punk californiana X fez um show excelente, levantando o público. Confesso que até então a única coisa que sabia deles é que foram uma importante banda underground do final dos anos 70 e início dos 80. E apesar do jeito de tiozão que todos na banda tem(John Doe parece o Snape, Blly Zoom parece o Cristopher Walken e a vocalista Exene Cervenka parece uma tia véia inspetora de escola municipal), eles são ROCK´N ROLL. Assim mesmo, com tudo maiúsculo. Lançaram um petardo atrás do outro. O baixista John Doe falou em espanhol várias vezes com o público. Ele também apreciou a lua cheia. No final do show, Eddie Vedder resolveu compartilhar o momento fantástico com os X e subiu ao palco para cantar Devil Doll do disco de 1983, More Fun In The New World, como você pode ver aqui. Saíram do palco merecidamente ovacionados.




  Depois foi a vez da grande atração da noite. Já era quase nove e vinte quando a trupe de Seatle abriu o espetáculo com Go, do disco Vs e logo em seguida Arms Aloft, cover de the Mescaleros, banda do finado Joe Strummer, ex-vocalista do The Clash. Os fãs, que minutos atrás já estavam impacientes a espera da banda, cantaram Animal a plenos pulmões. A música Olé faz parte da trilha sonora do documentário PJ20, lançado recentemente. Depois de tocar Why Go, do primeiro disco da banda, de 1991, Eddie Vedder, com o auxílio de algumas folhas do caderno que ele leva pra cima e pra baixo, falou algumas palavras em português "E ai galera, muito obrigado. Hoje foi um dia lindo e esta noite deve estar mais incrível ainda. Parece que a cidade de Curitiba é luz. Nós vamos cuidar bem de vocês." eles cumpriram o prometido e logo em seguida já tocaram a linda música Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town. Uma sequencia de clássicos, Corduroy, Given To Fly e Dissident. The Fixer foi a primeira música apresentada do mais recente disco de stúdio da banda, Backspacer, que é de 2009. Even Flow, do primeiro disco foi seguida por In Hiding do disco Yeld e por Setting Forth, da trilha sonora que Eddie Vedder compôs e gravou para o filme de 2007 Into The Wild(Na Natureza Selvagem), com o ator Emile Hirsch, dirigido por Sean Penn.Sem parar pra tomar fôlego, eles mandaram Not For You do disco Vitalogy, Red Mosquito, Got Some, World Wide Suicide do disco com o abacate na capa, e a fantástica Porch encerrando a primeira parte do show. Sendo que a guitarra de Vedder, nesta última estava com a afinação errada para a música, causando um choque auditivo na entrada dos outros instrumentos. O roaddie deve ter ouvido um monte no primeiro intervalo. Durante o solo da música, o vocalista ficava nos cantos do palco, bem perto da borda, recebendo uma chuva de camisetas, faixas e bandeiras. A bandeira brasileira foi cuidadosamente colocada em frente ao teclado.

 
A volta para o primeiro bis foi marcada pela belíssima música Just Breathe, também do álbum de 2009, Backspacer, executada apenas por Vedder e pelo tecladista Boom Gaspar. Vieram então Off He Goes, Unthought Known, dedicada à lua, Breathe e Supersonic. O primeiro bis foi encerrado com dois dos maiores clássicos do rock dos anos noventa, Black e Jeremy. Ambas do primeiro disco, Ten. Ambas catapultadas ao sucesso não só pela excelência técnica dos músicos, como também pela excelência poética de suas letras. Ambas cantadas pela multidão como uma única voz. Uma única e poderosa voz. 

 




Segundo bis. Porque os fãs do Pearl Jam não se contentam com um só. Better Man, Leaving Here, dos compositores da Motown Holland, Dozier e Holland, e a rara Footsteps são as primeiras desta última parte. Novamente temos uma dobradinha do primeiro disco, Once e Alive. Repito cada palavra dita sobre Black e Jeremy. Durante Alive, Vedder desce do palco, para alegria da galera do gargarejo. Volta, temos um trecho de War Pigs do Black Sabbath, Eddie beberica sua inseparável garrafa de vinho, e a banda prossegue com mais uma cover, Baba O´Rilley do The Who. Feliz de quem ganhou um dos pandeiros usados por Vedder e entregues ao público. O show encerra, como quase sempre, com Yellow Ledbetter, com sua guitarra a la Hendrix tocada por Mike McCready. Aliás, em Porto Alegre, Mike emendou um trechinho de Little Wing(neste vídeo, aos 3:57).

Com trinta e duas músicas em mais duas horas e meia de show, o Pearl Jam deixou um saldo de 27 mil rostos felizes saindo pela noite curitibana.


Vídeos de diversos autores no youtube. As fotos são todas minhas.

Pearl Jam
Eddie Vedder - Vocais e guitarra
Mike McCready - Guitarra
Stone Gossard - Guitarra
Jeff Ament - Baixo
Matt Cameron - Bateria

Músico contratado:
Boom Gaspar - Teclado